Síndrome metabólica em trabalhadores de turnos alternantes de uma mineradora na Região dos Inconfidentes – MG

Autores

  • Ticiana Vazzoler Ambrosim Universidade Federal de Ouro Preto
  • Marcia Elivane Alves Universidade Federal de Ouro Preto
  • Raimundo Marques Nascimento Neto Universidade Federal de Ouro Preto
  • Silvia Nascimento de Freitas Universidade Federal de Ouro Preto

Palavras-chave:

Síndrome Metabólica, Trabalho de turno, Desordem do sono, Prevalência, PRIVAÇÃO DO SONO, JORNADA DE TRABALHO EM TURNOS/efeitos adversos, ESTUDOS TRANSVERSAIS

Resumo

Objetivo: Investigar a prevalência da síndrome metabólica (SM) e de seus componentes, entre trabalhadores em turnos alternantes de uma mineradora na região de Inconfidentes – MG. Métodos: Foram avaliados 678  trabalhadores em turnos alternantes de quatro minas na região de Inconfidentes – MG. Foram coletados dados sociodemográficos, comportamentais, antropométricos, bioquímicos e foi medida a pressão arterial. A SM foi diagnosticada de acordo com os critérios recomendados pelo Institute Diabetes Federation (2005). As análises estatísticas foram realizadas com o software Statistical Package for the Social Science (SPSS) versão 17.0, usado para a realização da análise descritiva e do teste do qui-quadrado para comparação entre os grupos, adotando-se nível de significância alfa de 5%. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição. Resultados: A média de idade dos motoristas era de 34 anos, a maioria composta por indivíduos não brancos, que cursaram o ensino médio completo e que viviam com cônjuge. Foi relatado que 72,7% não fumavam, 82,3% não apresentavam consumo de risco de bebidas alcoólicas e 26,1% não praticavam atividade física. A prevalência de SM observada foi de 34,5%, com 52,4% com circunferência da cintura (CC) ≥ 90 cm, 51,9 % com alteração da pressão arterial (PA), 33,6% com triacilgliceróis ≥ 150 mg/dL, 59,4% com HDL colesterol <40mg/dL e 14,9% com glicemia de jejum ≥ 100 mg/dL. Conclusão: Verificou-se elevada prevalência de SM entre os trabalhadores, assim como altas prevalências de alteração de CC, PA e de HDL-colesterol.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

- Meigs JB. Epidemiology of the metabolic syndrome. Am J Manag Care. 2002; 8(11):283-92.

- Manna TD, Damiani D, Setian N. Síndrome Metabólica: revisão. Pediatria. 2006; 4(28): 272-7.

- Bezerra APM, Oliveira DMO. Metabolic syndrome: molecular basis and reasons for interaction with obesity. Demetra. 2013; 8:63-76.

- Carnethon MR, Loria CM, Hill JO, Sidney S, Savage P, Liu K. Risk factor for the metabolic syndrome: the coronary artery risk development in young adults (CARDIA) study, 1985-2001. Diabetes Care. 2004; 27:2707-715.

- Ford ES, Giles WH, Dietz WH. Prevalence of the metabolic syndrome among US adults. JAMA. 2002; 3(287):356-59.

- Park Y, Zhu S, Palaniappan L, Heshka S, Carnethon MR, Heymsfield SB. The metabolic syndrome: prevalence and associated risk factor findings in the US population from the Third National Health and Nutrition Examination Survey, 1988-1994. Arch Intern Med. 2003; 163:427-36.

- Ford ES, Giles WH, Mokdad AH. Increasing prevalence of the metabolic syndrome among U.S. adults. Diabetes Care. 2004; 10(27): 2444-449.

- Santos AC, Lopes C, Barros H. Prevalência de síndrome metabólica na cidade do Porto. Rev Port Cardiol. 2004; 1(23):45-52.

- Moebus S, Hanisch JU, Neuhäuser M, Aidelsburger P, Wasem J, Jöckel KH. Assessing the prevalence of the metabolic syndrome according to NCEP ATP III in Germany: feasibility and quality aspects of a two step approach in 1550 randomly selected primary health care practices. Ger Med Sci. 2006; 4:07.

- Souza LJ, Neto CG, Chalita FEB, Reis AFF, Bastos DA, Filho SJTD, et al. Prevalência de obesidade e fatores de risco cardiovascular em Campos, Rio de Janeiro. Arq Bras Endocrinol Metab. 2003; 6(47): 669-76.

- Barbosa PJB, Lessa I, Filho NA, Magalhães LBNC, Araújo J. Critério de obesidade central em população brasileira: impacto sobre a síndrome metabólica. Arq Bras Cardiol. 2006; 87:407-14.

- Rigo JC, Vieira JL, Dalacorte RR, Reichert CL. Prevalência de Síndrome Metabólica em Idosos de uma Comunidade: Comparação entre Três Métodos Diagnósticos. Arq Bras Cardiol. 2009; 2(93): 85-91.

- Leão SCS, Barros EG, Koifman RJ. Prevalência de Síndrome Metabólica em Adultos Referenciados para Ambulatório de Nutrição no Rio de Janeiro, Brasil. Rev Bras Cardiol. 2010; 2(23): 93-100.

- Oliveira EP, Souza MLA, Lima MDA. Prevalência de síndrome metabólica em uma área rural do semi-árido baiano. Arq Bras Endocrinol Metab. 2006; 3(50): 456-65.

- Ferrari CKB. Atualização: Fisiopatologia e Clínica da Síndrome Metabólica. Arquivos Catarinenses de Medicina. 2007; 36(4).

- Bahia L, Aguiar LGK, Villela NR, Bottino D, Douskela E.l. O endotélio na Síndrome metabólica. Arq Bras Endocrinol Metab. 2006; 2(50): 291-303.

- Freire RD, Cardoso MA, Gimeno SG, Ferreira SR . Dietary fat associated with metabolic syndrome in japaneses brazilians. Diabetes care. 2005; 28:1779-85.

- Mullington JM, Haack M, Toth M, Serrador JM, Meier-Ewert HK. Cardiovascular, Inflammatory, and Metabolic Consequences of Sleep Deprivation. Progress in Cardiovascular Diseases. 2009; 51(4):294-302.

- Gordon NP, Cleary PD, parker CE, Czeisler CA. The prevalence and health impact of shiftwork. Am J Publ Health. 1986; 76:1225–1228.

- Biggi N, Consonni D, Galluzzo V, Sogliani M, Costa G. Metabolic syndrome in permanent night workers. Chronobiology International. 2008; 25:443–454.

-Fugino Y,Iso H, Tamakoshi A, Inaba Y, Koizumi A, Kubo T, et al. A Prospective Cohort Study of Shift Work and Risk of Ischemic Heart Disease in Japanese Male Workers. Am J Epidemiol. 2006; 164:128–135.

- IDF (International Diabetes Federation). Consensus worldwide definition of the metabolic syndrome. Disponível em:http://www.idf.org/metabolic_syndrome, 2005.

- Gronner MF, Bosi PL, Carvalho AM, Casale G, Contrera D, Pereira MA, et al. Prevalence of metabolic syndrome and its association with educational inequalities among Brazilian adults: a population-based study. Braz J Med Biol Res.2011; 44:713-719.

- Pelegrini A, Santos-Silva DA, Petroski EL, Glaner MF. Prevalência de síndrome metabólica em homens. Revista De Salud Pública. 2010; 12: 635-646.

- Esquirol Y, Bongard V, Mabile L, Jonnier B, Soulat JM, Perret B. Shift work and metabolic syndrome: respective impacts of job strain, physical activity, and dietary rhythms. Chronobiol Int.2009; 26: 544–59.

- Kawada T, Otsuka T, Inagaki H, Wakayama Y, Katsumata M, Li Q, et al. A cross-sectional study on the shift work and metabolic syndrome in Japanese male workers. Heathcare. 2010; 13(3): 174-178.

- Saad MJA, Zanella MT, Ferreira SRG. Síndrome Metabólica: Ainda Indefinida, Mas Útil na Identificação do Alto Risco Cardiovascular. Editorial. Arq Bras Endocrinol Metab. 2006; 50(2).

- Carnelosso ML, Barbosa MA, Porto CC, Silva SA, Carvalho MM, Oliveira ALI. Prevalência de fatores de risco para doenças cardiovasculares na região leste de Goiânia (GO). Cien Saude Colet.2010; 15: 1073-80.

- Nazri SM, Tengku MA, Winn T. Lipid disorders among male factory shift workers in Kota Bharu, Kelantan. Med J Malaysia.2007; 62: 134–8.

- Chatti S, Debaadi F, Abdelaziz AB, Harbaoui R, Ghannem H, Mrizak N. Facteurs de risque cardiovasculaire chez les travailleurs postés d’unecentrale de production d’électricité au centre tunisien. Ann Cardiol Angeiol. 2010; 59: 190-5.

-Attarchi M, Dehghan F, Safakhah F, Nojomi M, Mohammadi S. . Effect of Exposure to Occupational Noise and Shift Working on Blood Pressure in Rubber Manufacturing Company Worker. Ind Health. 2011; 28: 1-22.

- Assman G, Schulte H. Relation of high-density lipoprotein cholesterol and triglycerides to incidence of atherosclerotic coronary artery disease (the PROCAM experience): Prospective Cardiovascular Munster study. Am J Cardiol.1992; 70:733-7.

- De Bacquer D, Van Risseghem M, Clays E, Kittel F, De Backer G, Braeckman L. Rotating shift work and the metabolic syndrome: a prospective study. International Journal of Epidemiology. 2009; 38:848–854.

- Nagaya T, Yoshida H, Takahashi H, Kawai M. Markers of insulin resistance in day and shift workers aged 30-59 years. Int Arch Occup Environ Health. 2002; 75:562-8.

- Sakata K, Suwazono Y, Harada H, Okubo Y, Kobayashi E, Nogawa K. The relationship between shift work and the onset of hypertension in male Japanese workers. J Occup Environ Med.2003; 45:1002-06.

- Costa G. Guidelines for the medical surveillance ofshift workers. Scand J Work Environ Health.1998; 24: 151-5.

- Harma M. Ageing, physical fitness and shiftwork tolerance. Appl Ergon.1996;27: 25–29.

- Moore-Ede MC, Krieger G, Darlington AC. Shiftwork maladaptation syndrome: etiology, diagnosis and management. American Occupational Medicai Associaton; 1987. Postgraduate Seminar.

- Cavagione LC, Benseñor IM, Halpernr A, Pierin AMG. Síndrome Metabólica em Motoristas Profissionais deTransporte de Cargas da Rodovia BR-116 no Trecho Paulista-Régis Bittencourt. Arq Bras Endocrinol Metab.2008; 5(6):1015-1023.

- Ruidavets JB, Cambou JP, Esquirol Y, Soulat JM, Ferrières J, Cardiovascular risk foctors and shift work in men living in Haute-Garonne, France. Arch Mal Coeur Vaiss. 1998; 91(8):957-62.

- McCubbin JA, Pilcher JJ, Moore DD. Blood pressure increases during a simulated night shift in persons at risk for hypertension. Int J Behav Med.2010; 17: 314-20.

- Garaulet M, Ordovas JM, Madrid JA. The chronobiology, etiology and pathophysiology of obesity. Int J Obes (Lond).2010; 34: 1667-83.

- De Assis MAA, Moreno CRC. Nutriçäo entre trabalhadores em turnos e noturno. In:Trabalho em turnos e noturno na sociedade 24 horas. Fischer FM, Moreno CRC, Rotenberg L. São Paulo: Atheneu.2003 :99-114.

Downloads

Publicado

2014-09-15

Como Citar

Ambrosim, T. V., Alves, M. E., Nascimento Neto, R. M., & Freitas, S. N. de. (2014). Síndrome metabólica em trabalhadores de turnos alternantes de uma mineradora na Região dos Inconfidentes – MG. Revista Da Associação Brasileira De Nutrição - RASBRAN, 6(1), 5–11. Recuperado de https://rasbran.com.br/rasbran/article/view/158

Edição

Seção

Artigos Originais